[RESENHA] UM AMOR PARA LADY JOHANNA, DE JULIE GARWOOD

domingo, 9 de abril de 2017 Nenhum comentário
AUTORA: JULIE GARWOOD
EDITORA: UNIVERSO DOS LIVROS 
NÚMERO DE PÁGINAS400
LANÇAMENTO: 2016
GÊNERO: ROMANCE 


''Escrita marcante, humor afiado,um enredo de ritmo rápido temperado com muito perigo e suspense, e uma abundância de química sensual. ''
Booklist

A história se passa na Inglaterra, em 1206 , onde um servo tem a missão de entregar a grande notícia para a tão jovem Lady Johanna (seu marido, Barão Raulf, estava morto). Como reagiria a sua senhora ao saber o trágico fim de  seu marido? Lady Johanna possuía um futuro  incerto, agora que ela não passa de uma viúva que carrega um grande segredo, fazendo sua vida correr perigo. O Rei John seria capaz de qualquer coisa para silenciar a moça. 

Nicholas Sanders, irmão de Lady Johanna, querendo salvar sua doce irmã das garras do Rei John, faz uma viagem até as Terras Altas ( conhecida pelos ingleses como Escócia) com a tentativa de convencer o Lorde McBain (um grande guerreiro, poderoso, intimidador e nomeado a líder dos clãs McBain e Maclaurin) a se casar com Johanna, assim Lorde McBain teria total direito das terras que seu povo habitava, tentando restaurar o castelo que fora destruído após a última batalha com os ingleses graças ao Barão Raulf. 

Johanna sofria muito quando vivia ao lado de Raulf, ele a agredia verbalmente e fisicamente. Tristeza, medo e solidão faziam parte do cotidiano da moça. Como seria ir para outro país, aprender outra língua, outros costumes, casar- se com um guerreiro bárbaro? Ela voltaria a sofrer, seria uma continuação do que ela passava com seu antigo marido? Ela não tinha muitas opções, então teria que correr esse risco ( mal sabia ela que sua vida mudaria completamente, tendo que passar por grandes e perigosas aventuras).

''[...]Ela era linda, ainda que a aparência dela não tenha sido a razão pela qual perdera a cabeça e se apaixonara, Deus era testemunha. Não, fora o caráter que o conquistara e o desarmara de suas defesas. A aparência se desgasta com a idade, mas a beleza do coração e da alma de Johanna pareciam se tornar mais radiantes a cada novo dia. ''
Trecho do livro

A obra me surpreendeu bastante e confesso que fiquei com medo de não me agradar por ser um romance de época, mas superou todas as minhas expectativas com bastante aventura, , um romance sensual, ardente e um humor na dosagem ideal. É muito importante comentar a evolução dos personagens durante toda a história, podendo  perceber que nem tudo é o que parece ser e as pessoas podem mudar devido aos obstáculos e dificuldades que passam.

Se você gosta de personagens corajosos, que as princesas não precisam ficar sempre esperando alguém fazer algo por elas,  saiba que esse livro é uma escolha ideal para uma leitura de qualidade. Não se assustem pelo número de páginas, pois a leitura é tão envolvente que você nem percebe que conseguiu ler 400 páginas em tão pouco tempo. Estou apaixonada pela obra!!

OBS: Este livro apresenta conteúdo erótico. 


Nota: 5/5.




[RESENHA] AS MAIS BELAS HISTÓRIAS (Volume 1)

sexta-feira, 31 de março de 2017 Nenhum comentário
AUTOR: ANDERSEN, GRIMM, PERRAULT
EDITORA: AUTÊNTICA
NÚMERO DE PÁGINAS: 160
LANÇAMENTO: 2016
GÊNERO: LITERATURA INFANTIL

Este livro foi cortesia da editora devido à parceria com o  evento Aliança de Blogueiros -RJ.


Reunindo textos conhecidos e outros nem tanto assim, As mais belas histórias é uma coletânea de contos clássicos da literatura universal. Nesta edição, encontramos as versões integrais, originais, de histórias já consagradas há anos, como ''A bela adormecida", "O gato de botas", "João e Maria", "Rapunzel" e outros. Esqueça as versões da Disney, DreamWorks e outras, pois aqui tudo é completamente diferente... e menos colorido.

Entre seus 14 contos, o livro te faz passear entre o esperançoso e o trágico, o obscuro e a "luz no fim do túnel". Apesar de parecer infantil, os textos também tratam de temas adultos. Alguns pais podem até ler essas histórias e pensar que são pesadas demais para os seus filhos (e até com certa razão, mas isso vai depender do seu ponto de vista). Bem, na verdade, talvez, a função dessas histórias seja revelar que o mundo não é tão colorido assim. Talvez esse seja o segredo desses textos. Ou não. 
No começo do livro, encontramos uma nota da Editora Autêntica, de Antonieta Cunha, aos pais e professores, muito interessante e esclarecedora à respeito sobre os temas dos textos deste volume.

"O primeiro a ser considerado é que essas histórias pertencem ao folclore mais antigo, não só da Europa. Com as naturais diferenças, devidas à época e ao ambiente, narrativas com núcleo ou tema muito próximos aos dos contos de fadas aparecem em culturas mais antigas que as europeias. E como, como acontece ainda hoje, em geral, o folclore não distinguia o público: os contos de fadas não era especificamente para crianças."

Mostrando um exemplo na prática, vou contar um pouco sobre "João e Maria" e "O Pequeno Polegar". São histórias semelhantes registradas por autores diferentes, de formas diferentes. Partindo do ponto de que sabemos que essas histórias foram contadas apenas boca à boca por anos e anos, é possível imaginar que, conforme o tempo passou, algo da história acabou sendo alterado involuntariamente - como aquela famosa brincadeira do telefone sem fio. 


Charles Perrout registrou O Pequeno Polegar em 1697 no seguinte formato: Um casal, pobre e desesperado por ter muitos filhos para alimentar e nenhuma condição suficiente para isso, resolve abandonar os sete filhos no meio de uma floresta perigosa. Enquanto eles planejavam tal absurdo, um de seus filhos, o menor deles, acabou ouvindo tudo. O menino chorou, mas, no início da manhã, foi até a beira do rio, onde encheu os bolsos com pedrinhas brancas, e voltou para casa. Já no conto dos Irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, de 1812, João e Maria, há duas diferenças neste começo:  ao invés de sete irmãos, o casal tem apenas dois filhos. E esses dois filhos são apenas do pai, pois a mulher é madrasta das crianças. 
No conto de Perrout, o Pequeno Polegar indica aos seus irmãos o caminho de volta para casa através das pedrinhas brancas que jogou pelo chão enquanto caminhavam em direção à floresta - e João, dos irmãos Grimm, fez o mesmo, ajudando sua irmã Maria a voltar. 
Em seguida, em ambas as histórias, as crianças acabam perdidas na floresta numa segunda tentativa de abandono por parte de seus pais (tanto o Pequeno Polegar quanto João jogam migalhas de pão pelo caminho de casa até a floresta, mas as aves as comem). E as maiores diferenças começam logo depois disso. João e Maria, assim como o Pequeno Polegar e os seus seis irmãos, vão parar na casa de uma mulher (no caso dos irmãos Grimm, uma velha bruxa, e de Perrout, a esposa de um ogro).


"No início da manhã, antes das crianças acordarem, a bruxa já estava de pé. Ao ver os dois dormindo, tão lindos, com suas bochechas redondas e rosadas, murmurou para si mesma: 
- Vai ser um banquete delicioso..."

A bruxa tenta fazer com que Maria a auxilie em preparar uma refeição como João, seu irmão, sendo o prato principal, porém a menina acaba se livrando da velha bruxa e as crianças fogem.


"Então Maria lhe deu um empurrão e a levou para o fundo do forno. Rápida, fechou a porta e passou o ferrolho. Pronto: a velha começou a uivar de uma maneira horrível, mas Maria fugiu, e a malvada bruxa queimou até morrer"

Já em O Pequeno Polegar, as coisas são um pouco mais longas e complexas. A esposa do Ogro não é uma pessoa má, mas ele adora apreciar uma carne de criança como refeição. A mulher recepciona as sete crianças famintas, dando-lhes comida e conforto. Porém, quando o ogro volta para casa, a mulher dele esconde Pequeno Polegar e todos os seus irmãos, mas em vão: ele acaba encontrando as crianças apenas pelo olfato. Ele ordena que sua mulher prepare as crianças para uma deliciosa refeição imediatamente, mas ela consegue driblar o marido.

"O ogro já tinha agarrado um deles, quando a esposa sugeriu:
- Para que fazer isso agora? Amanhã não seria melhor? (...) você já tem tanta carne.
(...) - É verdade - concordou o ogro. - Dê comida a eles, para que não fiquem magros demais, e os coloque na cama. 

O ogro tinha sete filhas pequenas. Pequeno Polegar havia observado que as filhas dele usavam coroas de ouro, e, com medo de que o ogro mudasse de opinião sobre não matá-los, levantou-se à meia-noite e, pegando seu boné e de seus irmãos, foi bem devagar e os colocou na cabeça das sete ogrinhas. Antes, ele pegou as coroas delas e as colocou em sua cabeça e nas dos irmãos. 
Pouco depois, o ogro se levantou no meio da noite, arrependido por ter adiado o que poderia ter feito antes. Saiu rapidamente de sua cama e pegou um facão. 

"Assim, sem mais demora, cortou as gargantas de suas sete filhas. Bem satisfeito com o que tinha feito, voltou para cama, junto à esposa. 
(...) A mulher desmaiou. O ogro, temendo que sua esposa fosse demorar demais para fazer o que tinha ordenado, subiu para ajudá-la. Não ficou menos espantado do que ela ao ver a terrível cena.
- O QUE FOI QUE EU FIZ?! - gritou. - Aqueles pestes vão pagar por isso, e é já!" 

E ele saiu, devastado, com suas botas (encantadas) de sete léguas atrás dos sete rapazes. O ogro procurou, procurou, procurou, mas nada encontrou. Ele acabou se sentando para repousar na rocha onde os meninos haviam se escondido. Quando ele pegou no sono, Pequeno Polegar mandou seus irmãos irem para casa. 

"...foi até o ogro, tirou suas botas e com cuidado as calçou. As botas eram largas e grandes, mas, como eram encantadas, tornavam-se maiores ou menores de acordo com o tamanho dos pés de quem as usasse. (...)
Polegar logo partiu para a casa do ogro, onde viu a esposa chorando, amargurada, por causa das filhas mortas.
-Seu marido corre grande perigo. Foi capturado por um bando de ladrões, que juraram matá-lo se ele não lhes der todo o seu ouro e sua prata."

O menino mostra as botas, como forma de provar que o próprio ogro o enviara. E assim a história termina: ele volta para casa com todo a riqueza do ogro, sendo recebido com grande alegria. No conto dos irmãos Grimm, quando as crianças voltam para casa com as riquezas da velha bruxa, a antiga madrasta já havia falecido por uma doença terrível, e então, eles vivem felizes para sempre apenas com o pai. 

E então, conseguiram sentir diferenças propositais entre os dois textos? Pois bem. A primeira coisa estranha dos contos a se observar é o fato dos pais escolherem abandonar os próprios filhos. No texto de Perrout, de 1697, o casal concorda que prefere deixar as crianças na florestas a vê-los morrer de fome. Pouco mais de cem anos depois, na versão dos Grimm, a mãe vira madrasta, e ela quem incentiva o homem a abandonar os seus filhos.

"Estamos quase sem nada de novo, temos só um pão. As crianças têm de ir embora! Vamos levá-las mais para dentro da floresta, de modo que elas não encontrem o caminho de volta de novo. Não há outro meio de nos salvarmos."

Assim como nós hoje podemos nos questionar acerca da atitude dos pais da primeira versão, em O Pequeno Polegar, os pais daquela época, pouco depois do fim da era medieval, e até mesmo as crianças, deviam se perguntam, questionar, esse tipo de coisa. Talvez, os pais não queriam transmitir algo assim aos seus filhos, para que eles não pensassem que, por um acaso, fariam a mesma coisa com eles. E é aí que, através do telefone sem fio do tempo, a mãe tornou-se madrasta. Afinal, a explicação para tal atitude não ficaria bem mais simples dessa maneira? 

Segundo e terceiro ponto; a família Ogra torna-se somente uma bruxa. Nessa época, a bruxa e a bruxaria eram vistas de forma ruim pela sociedade (como algo que fosse verdadeiro, real), principalmente pela influência dos pensamentos cristãos que surgiram. Então, matar e roubar uma bruxa má parecia menos pior, não? Era figura de medo, diabólica... Bem melhor do que "matar" sete crianças por inteligência e roubar todo o ouro de uma família através da trapaça. Com o tempo, acho que acabaram percebendo que o Pequeno Polegar era maduro demais para sua idade...

"A gentil senhora, muito triste e assustada, deu-lhe tudo o que tinha, pois, embora o ogro comesse criancinhas, era um bom marido e queria salvá-lo."

Para finalizar, gostaria de retomar o que foi dito na Apresentação do livro, feito pela editora Autêntica. De fato, os contos de fadas, inicialmente, não foram feitos para exclusivamente para crianças, mas podemos encontrar nesses pontos citados acima, que, com o tempo, as histórias foram se adequando aos seus ouvintes, principalmente aos mais novos. 
Como exemplo, podemos ver que as adaptações dessas histórias feitas recentemente são muito mais "leves" que as originais. Nesse volume, podemos encontrar uma Bela Adormecida bem diferente da personagem que tanto conhecemos da Disney. As versões para as crianças de hoje são bem mais, hã, digamos, coloridas. Não vou contar sobre mais nenhum, pois recomendo que confira por si mesmo. 

Se esse livro é para crianças ou não? Vai depender de você, ou do seu filho, sobrinho, primo, irmão, não sei. Mas ele é fantástico e também serve demais para nós, adultos (e eu nem sou tanto assim ainda). 

Dos "não tão conhecidos assim", o que mais me divertiu foi "Os músicos de Bremen", dos Grimm. O mais sombrio e dramático, sem dúvidas, é o "A pequena vendedora de fósforos", de Andersen. Preciso desse segundo volume pra ontem!

Leitura rápida e fluida, que, ora te assusta, ora te encanta. 

Nota: 4,5/5.


[RESENHA] ALUCINADAMENTE FELIZ, JENNY LAWSON

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AUTORA: JENNY LAWSON
EDITORA: INTRÍNSECA
NÚMERO DE PÁGINAS: 356
LANÇAMENTO: 2016
GÊNERO: NÃO FICÇÃO
Este livro foi cortesia da editora devido à parceria com o  evento Aliança de Blogueiros -RJ.

Alucinadamente feliz é um livro engraçado sobre coisas horríveis! Jenny Lawson, autora, conseguiu escrever sobre depressão e diversos outros transtornos e maneira ridiculamente hilária!

A autora conta diversas histórias sobre a vida dela, a mesma tem diversos transtornos, e conta as experiências que teve e que tem. Ela conta sobre as idas a psiquiatra, sobre a vida a dois e como o marido, Victor,  lida com os transtornos dela, e que apesar de todos os problemas eles conseguem tem uma vida "normal".
O livro tem uma linguagem fácil e gostosa de ser lida, a autora conversa com o leitor e faz diversas piadas e brincadeiras .

Uma das coisas mais incríveis e engraçadas do livro é que o guaxinim da capa realmente existe e ele tem um companheiro!


"Estou tendo uma daquelas semanas em que só quero arrancar as roupas e me deitar na rua. Isso é uma condição clínica? Porque parece."

O Rory (da capa) andou com uma galera da pesada e acabou virando pizza de asfalto e um amigo da Jenny resolveu imortalizar o espírito de Rory de um modo perturbado a Alucinadamente feliz. E, o que mais me encantou E me deixou assustado foi que a Jenny tem o Rory como exemplo/companheiro, 

"Rory está presente, constantemente oferecendo apoio com seus "High Fives", porque ele entende o valor de comemorar pequenas vitórias. Victor pode se recusar a me parabenizar por eu não ter caído em um poço naquela semana, mas sempre posso contar com aquele guaxinim morto"

Apesar de todo o humor do livro, Jenny nos mostra a importância de falar e conversar sobre esses transtornos, de quebrar os Tabus que giram em torno dos problemas psicológicos. O final do livro me tocou de uma maneira incrível, às vezes as pessoas que tem algum tipo de doença mental se sentem culpadas, mas não é culpa delas, o fato de se sentirem como um peso morto mas não são, conversem sobre isso, haverá pessoas que vão se afastar e outras que vão te apoiar. Jenny mostra o quão importante é você ser honesto consigo mesmo e com as outras pessoas.

"Porque há algo de maravilhoso em aceitarmos os defeitos de alguém, especialmente quando isso nos dá a chance de aceitar nossos próprios defeitos e ver que são eles que nos tornam humanos." 

Nota: 4/5



[RESENHA] CABEÇAS DE FERRO, DE CAROL SABAR

quinta-feira, 30 de março de 2017 Nenhum comentário
AUTORA: CAROL SABAR
EDITORA: JANGADA
NÚMERO DE PÁGINAS: 304
LANÇAMENTO: 2016
GÊNERO: FICÇÃO/LITERATURA BRASILEIRA
Este livro foi cortesia da editora devido à parceria com o  evento Aliança de Blogueiros -RJ.

Quando um aluno chega no terceiro ano do Ensino Médio, seu sonho é conseguir passar para a uma ótima universidade, melhorando o currículo e ganhando novas experiências acadêmicas. Maria Luísa (mais conhecida por Malu ou Pikachu) uma menina bem humorada, adora um desafio e sua grande inteligência a fez passar em primeiro lugar no curso de Engenharia da faculdade mais prestigiada do Brasil (Universidade Ponto sem Nó, também conhecidíssima por ser a  Universidade dos Cabeças de Ferro).

Para um calouro de Engenharia poder começar o seu ano letivo na Universidade, havia a tradição do trote fedorento ( que consistia em uma fileira de alunos do primeiro período ficam esperando os alunos do segundo derramarem uma garrafa contendo um líquido nojento e super fedido na cabeça das vítimas).

O grande problema é que quem aplicaria o Trote seria Artur Cantisani, o mesmo garoto que era seu amigo e foi capaz de humilhar Malu na frente da escola inteira (dando origem ao famoso apelido Pikachu, virando seu maior inimigo). Artur, de última hora, despeja o líquido na garota ao lado (para a surpresa de todos) a garota começa a ter um choque anafilático.

'' Pelo trote, eu já esperava. Mas nem nos meus piores pesadelos imaginei que minha vida universitária fosse começar assim, tão tumultuada.''
Trecho do livro

No meio de todo o desespero, as pessoas começam a fugir do local e apenas restam Artur, Malu e Nicolas (veterano do curso de Direito, melhor amigo e que nutre sentimentos pela moça). Como fazer para socorrer a vítima? Ela vai sair dessa com vida? Haveria algum motivo para  Artur não ter despejado o líquido em Malu? Qual a razão pelo fato de apenas a garrafa de Malu possuir um líquido de cor diferente de todas as outras ? Quem tentou matar Malu e incriminar Artur? 

Com suas vidas em perigo, devido ao terrível acontecimento,  os dois inimigos desde os 11 anos de idade (devido a humilhação que Malu passou) são obrigados deixarem as diferenças de lado e trabalharem juntos, usando a inteligência de ambos para investigar quem está por trás de todo esse acontecimento. Muitas surpresas os aguardam... 

'' A autora mineira integra um time de jovens autoras que vêm se destacando no cenário literário.''
Jornal de Brasília 

Esse é um livro de tirar o fôlego do leitor, causando a curiosidade de saber o que vai acontecer e dar uma de detetive para saber quem é o verdadeiro culpado. Com uma história narrada de forma bem natural e divertida, podemos ter total interação com o mundo de Malu. Uma obra maravilhosa, super simples de entender, cheia de suspense, aventuras, humor, referência de músicas maravilhosas e aquele bom e velho romance que não poderia faltar (só não revelarei os seres envolvidos nele, haha!), todos elementos compõem esse livro, tornando-o incrível.

'' Carol já está entre as minhas autoras nacionais favoritas.''
Blog Minha Vida Literária

Gostaria de parabenizar a Carol Sabar por ter criado uma história tão marcante e envolvente. O livro é simplesmente maravilhoso!

Nota: 5/5



[RESENHA] O MEDO MAIS PROFUNDO, DE HARLAN COBEN

quinta-feira, 23 de março de 2017 Nenhum comentário
AUTOR: HARLAN COBEN
EDITORA: ARQUEIRO
NÚMERO DE PÁGINAS: 270
LANÇAMENTO: 2016
GÊNERO: POLICIAL
Este livro foi cortesia da editora devido à parceria com o  evento Aliança de Blogueiros -RJ.

Temos aqui mais um livro (o sétimo!) da série de Myron Bolitar, um personagem do autor Harlan Coben. Você não precisa ler o primeiro e o segundo para ler o terceiro, são todos independentes (ufa). A única coisa em comum entre eles é o Myron como protagonista, o que é incrível, já que ele é um personagem fantástico. Ele não é nem herói, nem vilão. Ele é totalmente humano, e, como a maioria de nós, às vezes, Myron acaba passando por cima dos próprios princípios para conseguir o que quer. É como se fosse um anti-herói (ou quase isso). E aqui, em "O medo mais profundo", nós vamos acompanhar exatamente isso. Na parte inferior direita da capa há a frase "Do que você seria capaz para salvar seu filho?". Pois bem, é sobre isso que o livro se trata.



Falando rapidamente sobre o passado que molda a história, Myron é um ex-jogador de basquete que se tornou um agente esportivo (e detetive vez ou outra). Logo de cara, o personagem encara o retorno de uma ex-namorada (sua primeira) de sua época da faculdade, Emily Downing, que terminou com ele de forma dolorosa, trocando-o por seu maior adversário no basquete daquela época, Greg. 
Ela volta para pedir ajuda: seu filho de 13 anos, Jeremy, está morrendo e precisa de um transplante de medula óssea. A segunda revelação é ainda pior: Myron é o pai do garoto, uma consequência da última noite que passaram juntos.

A partir daí, o livro entra em uma investigação, uma série de mistérios que vamos desvendando conforme a narrativa brilhante de Harlan avança. Quanto mais o livro avança, mais mistérios surgem! O título de "O mestre das noites em claro" não é dado ao autor por acaso; fiquei preso ao livro o tempo todo durante a rápida leitura. 

"-Qual é o seu medo mais profundo? - sussurra a voz - Feche os olhos e imagine. Você consegue visualizar? A agonia mais terrível?

Após uma longa pausa, digo:

- Sim.

- Ótimo. Agora imagine algo mais terrível..."

Trecho: O medo mais profundo. 



Myron acaba descobrindo, através da médica de Jeremy, que há um doador compatível com o garoto, mas o homem simplesmente desapareceu. A solução parecia simples: achar o doador e convencê-lo a doar sua medula, mas as coisas se complicam quando Myron, com a ajuda de Esperanza, descobre que o tal doador é um verdeiro fantasma - não possui cadastro social, contas, absolutamente nada. Alguém sem passado! Hmmm...

Depois, a partir desse nome, Myron é levado a uma família poderosa e misteriosa, ao FBI, se mete com um ex-jornalista mentiroso e um suposto serial killer. É, pois é. Fica realmente difícil de largar esse livro e parar de roer as unhas durante a leitura...






"Havia uma verdade universal: as mentiras corrompem. Tentamos afastá-las. Colocá-las numa caixa e enterrá-las. Mas elas acabam saindo de seus caixões e túmulos. Podem dormir durante anos. Só que sempre acordam. E, quando o fazem, estão mais descansadas, mais fortes e insidiosas. As mentiras matam."




Como eu disse, Myron vai fazer de tudo para encontrar um doador para o seu filho. E, claro, ele não conseguiria fazer isso sem Esperanza e os outros personagens secundários, que são fundamentais para o desenvolvimento da trama. Win, o melhor amigo de Myron, e Esperanza, sua amiga e secretária, e a Agente Green, do FBI, são muito bem explorados aqui. Destaque também para Jeremy, a criança doente, que é muito bem desenvolvida pelo autor, mesmo aparecendo apenas pouquíssimas vezes durante a narrativa. 
Emily faz bem o papel de mãe desesperada, mas nada muito além. Na verdade, Harlan até tenta colocar uma dúvida na cabeça do leitor sobre a veracidade das palavras de Emily em alguns momentos, mas admito que isso não colou muito comigo. Caso ela não estivesse falando a verdade, o livro certamente teria outro tom nos momentos finais, e um desfecho completamente diferente... Não sei se ficaria bom. 

Há um diálogo extremamente interessante no capítulo 22, enquanto Myron ainda está atrás de quem é esse tal doador fantasma. Ele vai atrás de Peggy Joyce, uma possível ex-professora do doador desaparecido de Jeremy. Depois desse capítulo, eu pensei, "Okay, já valeu a leitura. Sério mesmo''.


"-As crianças são totalmente id. Talvez sejam as criaturas mais naturalmente malvadas da face da terra.
-Que opinião mais estranha para uma professora.
-É só uma opinião honesta.
-Qual palavra a senhora usaria então?
Peggy refletiu.
-Sob pressão, eu diria "inacabado''. Ou, talvez, "rudimentar". Como uma fotografia que ainda não foi revelada. O senhor se lembra daquele livro Tudo que eu devia saber aprendi no jardim de infância?
-Sim.
- Isso é verdade, mas não da forma que o senhor imagina. A escola tira as crianças do casulo materno afetuoso. Ensina-lhes a intimidarem ou a serem intimidadas. A serem más umas com as outras, e que mãe e papai mentiram quando diziam que elas eram especiais e únicas. 
Myron ficou em silêncio.
-O senhor não concorda?
-Não sou professor de pré-escola.
-Não tire o corpo fora, Sr. Bolitar. Elas aprendem a socializar. É uma lição difícil. E, como todas as lições difíceis, é preciso errar para acertar.
-Em outras palavras, elas aprendem a ter limites?
-Sim.
-Interessante. E talvez verdadeiro. Mas o senhor se lembra do exemplo que dei, de uma fotografia sendo revelada?
-Sim. 
-A escola só revela a foto. Não a tira. 
Trecho: Capítulo 22.

O medo mais profundo é um livro ágil e inteligente, sem enrolações e surpreendente. No final, quando tudo é aparentemente resolvido, eu até cheguei a pensar "ué, então é só isso?", porém, algumas páginas depois eu acabei entendendo tudo e AAAAAAAAAAA. O Harlan sabe exatamente como surpreender, de verdade. E, além de surpreender, ele sabe nos fazer rir, porque esse livro também consegue ser muito, muito engraçado. Eu até poderia colocar algum diálogo engraçado aqui, mas são tantos que eu vou deixar para vocês conferirem por si mesmos. 


Simplesmente brilhante. Você vai rir, rir muito, roer as unhas, ficar boquiaberto, e ainda vai passar algumas horas pensando no livro enquanto almoça, estuda ou trabalha. 
E ainda vai querer mais. 

Nota: 5/5








 
Desenvolvido por Michelly Melo.